domingo, 21 de março de 2010

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Acho que toda garota, já teve muitos diários, principalmente na adolescência, a época de paixonites rápidas, de amores platônicos, de amizades pra sempre - tá, eu ainda acredito no 'pra sempre', mas como não admito isso freqüentemente uso o por 'muito e muito tempo'.
Lendo aquelas palavras antigas, aquelas histórias passadas, um tempo vivido que se perdeu, eu percebi o quanto eu fui ingênua, o quanto fui boba, o quanto eu era boazinha, (aquelas boazinhas até demais, sabe?) o quanto eu confiava e acreditava no que as pessoas falavam, o quanto eu me iludia com promessas fáceis, o quanto eu errei, o quanto eu chorei, e o quanto eu cresci. A cada diário diferente eu percebi as mudanças que aconteceu, mudanças dos sentimentos, do jeito de pensar e até mesmo de levar a vida. Eu ri muito também, a gente lê cada coisa, e se pergunta: "Meu Deus, eu realmente fiz isso?", são tantos absurdos...
Mas apesar de tudo isso, eu não mudaria nada. Nada mesmo! Eu não me envergonho do meu passado e nem dos meus delírios românticos, bobos e ridículos. Eu não tentaria concertar nenhum erro cometido, não mudaria nenhuma frase que saiu da minha boca, nenhuma decisão, e nenhuma atitude. Se eu as mudasse, talvez eu não tivesse crescido, talvez eu não soubesse tudo o que eu sei, talvez eu não fosse como eu sou hoje.
E, sinceramente? Eu tenho um grande orgulho de ter quebrado a cara, de ter caído, mas levantado, de ser quem eu sou e no que eu me tornei. Ainda sou muito boba, chorona e impulsiva, ainda tenho muito que aprender, eu tenho o resto de uma vida ainda. Um dia eu vou ler este texto e me questionar porque eu o escrevi. Talvez eu até ria um pouco. A gente muda tanto. A nossa vida dá tantas voltas. E o que restará? São as memórias, e as palavras escritas, que serão lidas e relidas. E você vai dizer: “Meu Deus, como eu vivi, como eu cresci! Obrigada por permitir que tudo isso me acontecesse!''

Hoje eu diria qualquer coisa !

Se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não achei que ia conseguir dizer, quero dizer, dizer tudo aquilo que escondo desde a primeira vez que vi você, não me lembro quando, não me lembro onde. Hoje havia calma, entende? Eu acho que as coisas que ficam fora da gente, essas coisas como o tempo e o lugar, essas coisas influem muito no que a gente vai dizer, entende? Pois por fora, hoje, havia chuva e um pouco de frio: essa chuva e esse frio parecem que empurram a gente mais pra dentro da gente mesmo, então as pessoas ficam mais lentas, mais verdadeiras, mais bonitas. Hoje eu estava assim: mais lento, mais verdadeiro, mais bonito até. Hoje eu diria qualquer coisa se você telefonasse. Por dentro também eu estava preparado para dizer, um pouco porque eu não agüento mais ficar esperando toda hora você telefonar ou aparecer, e quando você telefona ou aparece com aquelas maçãs eu preciso me cuidar para não assustar você e quando você me pergunta como estou, mordo devagar uma das maçãs que você me traz e cuido meus olhos para não me traírem e não te assustarem e não ficarem querendo entrar demais dentro dos teus olhos, então eu cuido devagar tudo o que digo e todo movimento, porque eu quero que você venha outras vezes (...) (Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Pois é .

'Não se ressussita aquilo que se quer permanentemente morto.'
Foi isso que eu escutei e que latejava na minha mente há dias, estava adotando isso quase que como um 'estilo de vida'..
Mas, sinceramente, quando se tem milhares de pessoas ao seu redor opinando sobre isso e aquilo e tentando o tempo todo te manter informado sobre tais situações.. não é preciso 'ressussitar', porque aquilo que se quer morto fica vivo, e muito.. Em todas as conversas, olhares e lembranças.
É, eu sou um defensora de lembranças e da saudade, e ponto.
Justamente, de coisas e lembranças BOAS. Mas ultimamente todos parecem tirar apenas o lado negativo e deixar estampado em sua frente. E esse lado negativo sempre vem junto duma mensagem do tipo 'você teve participação nisso' ou 'se você tivesse feito outra coisa, não seria assim'
E aí eu fico com aquele nó na garganta e um aperto no peito. E te pergunto, você aí não se arrepende de nada? Pois então, parabéns! Eu me arrependo sim.. Mas tenho certeza de que tudo que aconteceu, graças a meu bom Deus veio com as melhores respostas pras minhas perguntas.. Mas isso veio acompanhado de muita coisa que eu não queria pra mim, e nem quero. Utilizando de um termo bem vulgar: "merda quanto mais mexe, mais fede" por isso que agora, é melhor largar mão (de novo, e de novo..). Já me arrisquei demais.

Como diz a minha avó: 'Nesse caso, tudo é uma questão de POIS É.
' ..eu só queria um colo para encostar minha cabeça e fingir que o mundo lá fora não existe. Hoje eu queria um abraço daqueles que te sufoca de tão apertado e ao mesmo tempo te protege de tudo. Hoje eu só queria ouvir “eu liguei pra saber se você tá bem” pra sentir uma dor menos doída dentro do peito. Cansei de amar pela metade. Cansei de me sentir sozinha. Cansei de tanta mentira. Cansei dos dias iguais, da rotina. Cansei de mim e de me deixar sempre em última opção. Cansei de procurar meus amigos. Cansei de mentir pra mim, pra ver se dói menos. Cansei de me preocupar com quem não se preocupa comigo. Cansei de sofrer e de acordar indisposta, cansei de sentir o coração bater mais forte, com uma sensação de arrependimento, de erro. Cansei de tudo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

' Certas horas


Há certas horas em que não precisamos de um amor, não precisamos da paixão desmedida, que não queremos só beijo na boca. Há certas horas que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado, sem nada dizer. Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir, alguém que dá risada de nossas piadas sem graça, que ache nossas tristezas as maiores do mundo, que nos teça elogios, e que, apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade inquestionável, que nos mande calar a boca ou que evite um gesto impensado.
Alguém que nos possa dizer: "Acho que você está errado, mas estou do seu lado."
Ou alguém que apenas diga: "Sou seu amor, e estou aqui."

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

ARRISQUE-SE .


Grande pergunta: Porque esquecemos?
Com certeza, você já se perguntou: como pude esquecer alguém tão importante? Ou: como pude esquecer o que vivemos?
Enfim, eu não acredito no esquecimento. O esquecimento é matar suas memórias, é apagar suas histórias, os atencedentes do seu EU atual. Por isso me custa entender por que as pessoas se vão e por que as coisas acabam ou mudam.
A verdade é que acredito firmemente que sempre fica algo e sempre levam algo e eu posso garantir que ninguém se esqueceu de você, que você está na memória de muitas pessoas. Mesmo que a vida continue, mesmo que o mundo gire e não pare, as marcas que as pessoas deixaram em você nunca irão embora. E as marcas que você deixar nas pessoas, procure que sejam positivas para que, mesmo muito dentro delas, tenham uma boa história...Mesmo que eu ache que o esquecimento não existe 100%, creio que nós, humanos, guardamos muitas coisas importantes na caixa de nossa alma para que não nos machuquem, para que não nos descubram, para que não nos doa ou para não enfrentar...
Me dei conta de que ninguém, nenhum ser humano, pode esquecer sua história, e que não vale a pena tratar de esquecer. Pelo contrário, temos que aprender e agradecer à vida por viver, por chorar, por sentir, por rir, por compartilhar, por cair (e por nos levantar) e viver intensamente... É isso que vale a pena, ARRISCAR e ser você mesmo sem se preocupar se vai ser lembrado ou não, ter a certeza de que você sempre deu o melhor, de que você se entregou ao máximo...

Lembre-se: cada coração é um mapa, ninguém pode ocupar seu lugar, porque é só seu e sempre existirá alguém que vai se lembrar de você.

' paixão termina , o amor não !

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.